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“Frida”: Documentário traz perfil íntimo da pintora mexicana através de suas ilustrações e de seu diário | 2024

A pintora mexicana Frida Kahlo é uma das mulheres mais icônicas e importantes do século XX, tanto como artista quanto na vida pessoal. Além de talentosíssima e com um estilo muito próprio, ela sempre foi transgressora e à frente do seu tempo, quebrando barreiras impostas pelo machismo e sendo uma fortaleza diante dos tantos problemas de saúde enfrentados. Com uma imagem impactante, sobrancelhas grossas, tranças com adornos de flores e vestidos tradicionais “huipil” (usadas pelas mulheres indígenas do México), sua figura se tornou mundialmente popular e hoje em dia estampa e vende objetos diversos. Sua vida e carreira extraordinárias já foram retratados na premiada cinebiografia de 2002 “Frida”, e agora chegam sob um olhar mais pessoal e revelador através do fascinante documentário “Frida”, que estreou em janeiro de 2024 no Festival de Sundance e agora chega ao Prime Video.

A montadora e estreante na direção Carla Gutierrez nos entrega em “Frida” um espetáculo sensorial e emocional. A vida e a obra da artista, que se entrelaçam e se confundem, são narradas em primeira pessoa através de textos do seu diário, cartas e entrevistas. Vamos conhecendo a alma e o coração dessa artista multifacetada e tão complexa, sua relação com o corpo frágil e suas muitas reflexões através da animação delicada mas poderosa no seu estilo realista fantástico. Seus famosos autorretratos, retratos dos amigos, obras inspiradas na natureza e carregadas de símbolos da cultura mexicana e da sua dor física, pontuam a bela narrativa.

Mergulhamos na trajetória de Frida como nunca antes, desde a infância nos idos de 1913: a poliomielite, o apoio do pai para seguir em frente, a postura pouco convencional (ela jogava futebol e lutava boxe); os estudos de Medicina, quando se vestia com terno e gravata; até o grave acidente de ônibus que foi um divisor de águas, pois foi durante a convalescença que ela começou a pintar. O casamento com o famoso muralista Diego Rivera, uma relação conturbada de idas e vindas, amor, rancor e afinidade artística é abordada extensamente, assim como o reconhecimento de Frida como artista a partir da ida a Nova York e da primeira separação, que foi o estímulo definitivo para se dedicar à pintura. A adesão ao Partido Comunista e o ativismo político, que tiveram forte influência em sua obra, foram pouco aprofundados.

O longa não é uma cinebiografia completa e definitiva, no entanto, o tom intimista e a beleza visual fazem de “Frida” um documentário maravilhoso e digno de aplausos, seja dos fãs ou dos que ainda não conhecem essa mulher admirável.

Karina Massud

Formada em Direito, cinéfila desde os 5 anos de idade, quando seu pai a levou para assistir “Superman-o Filme”. Cachorreira, chocólatra, fã ardorosa de séries, músicas, literatura e tudo que emocione.

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