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“Evidências do Amor”: Comédia romântica celebra hino, sucesso nas vozes da dupla Chitãozinho e Xororó | 2024

Negando as aparências. Disfarçando a evidências

É unanimidade. “Evidências”, composta por José Augusto e Paulo Sérgio Valle, se tornou um hino da Música Popular Brasileira, e até hoje, passados mais de trinta anos, continua sendo um sucesso. A canção, que é faixa obrigatória em karaokês e que já foi regravada por grandes nomes da música como Roberto Carlos e Daniel, é aquele tipo de música chiclete que pega até quem não exatamente curte o gênero, já que ela se popularizou mesmo nas vozes da dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó.

A boa sacada do cineasta Pedro Antônio Paes (“Altas Expectativas” – 2016) em “Evidências do Amor”, que acabou de chegar aos cinemas, é se aproveitar de tudo o que cerca essa canção, não só fazer justiça ao verdadeiro autor da letra como brincar acerca do alcance, da proporção que a música tomou ao longo dos anos, assim como o impacto que ela tem na vida de pessoas comuns ou de quem trabalha na indústria do entretenimento.

A história acompanha o casal Marco Antônio (Fábio Porchat) e Laura (Sandy), que se apaixonam após cantarem a famosa canção juntos em um karaokê. Em meio a muitos altos e baixos, o casal acaba rompendo, mas um ano após o término Marco percebe que, todas as vezes que escuta “Evidências”, ele volta ao passado, especificamente nas discussões que teve com a ex. Determinado a se livrar dessas lembranças que atormentam seu dia a dia, ele inicia uma jornada para superar Laura, seguir em frente com sua vida e se livrar desta misteriosa maldição.

Pedro Antônio usa o método do loop temporal, muitas vezes usado na ficção, quando a viagem no tempo é usada para corrigir erros do passado para então evitar problemas no futuro. Com base na ciência, o loop foi criado pelo cientista alemão Kusheo Lien, e se dá quando um determinado período de tempo se repete várias vezes. No caso de “Evidências do Amor”, Marco é misteriosamente lançado no passado quando a música toca e enquanto o play rola, ele vai tentando descobrir onde errou com a ex namorada. O costumeiro timing cômico de Porchat usa e abusa dos clichês do gênero e conquista o público nessa dobradinha com Sandy, que entregam até alguma química nesse bate bola entre passado e presente.

Muito embora a representação dos motivos que levaram ao término sejam frágeis e sem a devida ênfase, a mensagem sobre perceber os próprios erros e retroceder para ser melhor é passada com carisma pela dupla de protagonistas. “Evidências do Amor” nos diz que a vida é uma coleção de memórias boas e ruins e o que importa sempre não é o que vivemos e sim o que fazemos com essas memórias. Superar aqui é  prata, mas ter a oportunidade de rever e reaver os grandes e pequenos detalhes perdidos é ouro.

Rogério Machado

Designer e cinéfilo de plantão. Amante da arte e da expressão. Defensor das boas causas e do amor acima de tudo. Penso e vivo cinema 24 horas por dia. Fundador do Papo de Cinemateca e viciado em amendoim.

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