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“Todos Menos Você” : Comédia Romântica tem bom ritmo e casal protagonista explodindo química| 2024

Homens sempre vão enganar...

Segundo alguns especialistas, o amor e o ódio não se excluem, acabam por se mover no mesmo campo e, apesar de possuírem aspectos aparentemente distintos, a relação entre estes dois sentimentos envolve uma ligação, afinal o ódio também é um estado afetivo, uma paixão. O cinema está repleto de histórias que fazem da mistura desses sentimentos um campo de batalha que faz bem a qualquer narrativa. Umas funcionam, outras não, mas o fato é que esse mote é recorrente e muitas vezes geram bons produtos, pincipalmente para os consumidores de comédias românticas.

“Todos Menos Você”, que chegou recentemente aos cinemas, é um bom exemplo e que acerta a mão justamente por não carregar nas tintas do embate, mas sem deixar de levar diversão e elementos que atraiam o público alvo.  É claro que clichês são servidos e o roteiro entrega piadas um tanto forçadas encenadas sem qualquer cerimônia, mas aprendi que muito do que se vê no cinema se feito com carisma, funciona, e isso o novo longa de Will Gluck (de “A Mentira” – 2010  e  “Amizade Colorida” – 2011) tem de sobra.

Baseado em “Muito Barulho por Nada”, de William Shakespeare, publicado em 1598, o longa  narra a história de Bea (Sydney Sweeney) e Ben (Glen Powell), dois jovens que se encontram numa cafeteria e partem então para se conhecerem melhor. Em uma noite quase perfeita, o jovem casal possui tudo para manter o contato: química, uma boa conversa e um incrível desejo um pelo outro. No entanto, o primeiro encontro não passa disso, e a relação de ambos se esfria até pararem de se falar.

Alguns meses depois, os dois acabam coincidentemente sendo convidados para o mesmo casamento, na Austrália. Longe de casa, os dois fazem um trato: fingir ser um casal para todos até pelo menos o  dia da cerimônia. Tarefa essa que se provará um tanto  difícil,  já que naquela noite do primeiro encontro muitas coisas ficaram no ar, entre o dito e o não dito eles acabaram nutrindo sentimentos que habitam entre a vontade de estar junto e a repulsa.

A boa comédia romântica se tornou um artigo em extinção ultimamente, e o que temos hoje são cópias escancaradas de receitas que  já vimos antes. Em “Todos Menos Você” os clichês estão presentes mas as saídas encontradas para justificá-los são inteligentes e super divertidas. Outro ponto alto é a química de Sweeney e Powell, que ainda que a direção não tivesse acertado o tom, o casal protagonista por ele mesmo já seria um grande motivo para darmos uma chance ao filme.

Elenco coadjuvante competente (com algumas  pequenas exceções), situações hilárias e musica chiclete (“Unwritten”, da Natasha Bedingfield que completa 20 anos em 2024) são alguns ingredientes que somam e fazem do filme o primeiro grande exemplar do gênero este ano. Vale destacar a cena final envolvendo todo o elenco cantando o tema do longa e se você não sair um pouco mais feliz do cinema depois da sequência final, certamente você não é desse mundo.

Rogério Machado

Designer e cinéfilo de plantão. Amante da arte e da expressão. Defensor das boas causas e do amor acima de tudo. Penso e vivo cinema 24 horas por dia. Fundador do Papo de Cinemateca e viciado em amendoim.

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