⚠️ VEJA OUTRAS CRITICAS DO PAPO EM NOSSO ACERVO (SITE ANTIGO).

ACESSAR SITE ANTIGO
PitacO do PapO

“Os Farofeiros 2”: Comédia é ‘farofa requentada’, mas tem bons momentos | 2024

O motorista dormiu!

Não seria exagero dizer que o carioca Roberto Santucci é dono e proprietário do cinema nacional. Bem, ao menos das comédias que levam milhares aos cinemas. O cineasta domina a arte de fazer franquias que se tornam febre e que se tornam verdadeiros blockbusters em terras tupiniquins. “Até Que a Sorte Nos Separe”, “O Candidato Honesto” e “De Pernas pro Ar” são filmes que ganharam sequências de sucesso através de suas mãos e que não decepcionaram seu público fiel. O mais novo filho cinematográfico de Santucci e que já se confirma como mais uma franquia de sucesso é “Os Farofeiros 2”, sequência do longa de 2017 e que inclusive já tem um terceiro filme confirmado, como visto nas cenas finais da comédia.

Na trama acompanhamos mais um capítulo da história dos amigos Alexandre (Antônio Fragoso), Lima (Maurício Manfrini), Rocha (Charles Paraventi) e Diguinho (Nilton Bicudo). Assim que Alexandre é reconhecido como o melhor gerente de vendas na empresa em que trabalha, ele ganha como recompensa por seus esforços passagens de avião e hospedagem em um resort na Bahia pra toda a família. Contudo, seus companheiros de trabalho não estão muito felizes com a forma como Alexandre conduz sua liderança. Para tentar amolecer o coração dos amigos e garantir sua tão esperada promoção como diretor da empresa, ele resolve levar todos – acompanhados das esposas e dos filhos – para essa sonhada viagem ao Nordeste.

Não há exatamente nada de inovador nessa sequência, que segue a risca o mote do primeiro filme, não fazendo nada além do que reeditar as surpresas desagradáveis que surgem com um perrengue atrás do outro. Sai a região litorânea do Rio de Janeiro e entra um resort que está às traças após as intempéries da pandemia. Indo nesse caminho, sobra espaço para Danielle Winits brilhar com seus pitis e gritos de desespero. Ainda que cercada por um time de primeira no humor, – o que poderia ofuscar sua personagem- a atriz ainda assim consegue se sobressair e arrancar risadas do público.

Ainda que dê algumas bolas fora com  sequências fora de tom, como quando aposta em piadas em torno de sexo e  gênero, que escancaram o preconceito (em pleno 2024 e com toda a pauta sobre inclusão e diversidade?),  a comédia ainda reserva outros bons momentos, como uma paródia da cena de futebol na praia de “Top Gun: Maverick” – quem conhece bem o filme vai logo reconhecer a marcante cena enquanto ouvimos acordes de “I Ain’t Worried”, do One Republic.

As comédias produzidas para as grandes massas, podem não agradar grande parte do público que aprecia o cinema nacional, mas o efeito que causam no audiovisual brasileiro é sem tamanho. Assim como “Minha Irmã e Eu” e “Nosso Lar 2”, “Os Farofeiros 2” se junta ao time cuja marca supera 1 milhão de espectadores em 2024 . Em um cenário pós pandêmico e com muitas salas de cinema vazias, isso é um feito e tanto. E ainda que esses sejam títulos que não lhe agradem, celebremos pois o cinema nacional e suas realizações, seja em que gênero for.

 

Rogério Machado

Designer e cinéfilo de plantão. Amante da arte e da expressão. Defensor das boas causas e do amor acima de tudo. Penso e vivo cinema 24 horas por dia. Fundador do Papo de Cinemateca e viciado em amendoim.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo