“O Clube do Crime das Quintas-Feiras”: mistério sobre assassinato diverte com aposentados intrometidos, muito humor e charme inglês | 2025

O diretor Chris Columbus ocupa um lugar alto no panteão de Hollywood e tudo que ele toca vira puro entretenimento. Tanto na direção quanto no roteiro ou produção, ele tem grandes títulos no currículo: “Harry Potter”, “O Homem Bicentenário”, “Esqueceram de Mim”, “Gremlins”, “Goonies”, “Uma Babá Quase Perfeita”, “Crônicas de Natal” e por aí vai… a lista é longa e traz nomes inesquecíveis pro grande público.
Baseado no primeiro livro da série de best-sellers do escritor Richard Osman, “O Clube do Crime das Quintas-Feiras” acompanha um grupo de quatro aposentados que vive em Cooper Chase, uma casa de repouso de luxo que mais parece o castelo da série Downton Abbey. Lá, entre chás da tarde e passeios no jardim, eles se reúnem toda quinta-feira para investigar casos de crimes que foram arquivados. Até que um dia, em meio à polêmica do fechamento do local, acontece um misterioso assassinato, e o quarteto tem que colocar as mãos à obra pra resolvê-lo com a expertise adquirida no clube.
Chris Columbus dirige o longa sem invencionices, num ritmo confortável tal qual a casa de repouso dos nossos heróis, que percorrem essa aventura embalados por uma ótima trilha sonora. O roteiro da dupla Katy Brand (“Boa Sorte, Leo Grande”) e Suzanne Heathcote (Killing Eve), é um “whodunnit” ( quem matou?) bem desenvolvido e com reviravoltas que, se não causam impacto, são boas e funcionam na narrativa. Nessa história de detetive o mistério não é tão intrincado como na franquia ( bem mais ácida) “Knives Out”, aqui somos conduzidos através das investigações com a leveza que a atmosfera cômica pede, com resoluções previsíveis mas ainda assim gostosas de acompanhar .
O maior trunfo do filme está no elenco estrelado e absolutamente irresistível. Helen Mirren é a espiã que lidera o clube com suas deduções afiadas e perspicácia, ela sempre acha saída para todos os quebra-cabeças. Ben Kingsley no papel do psiquiatra Ibrahim imprime um pouco de drama à trama sem deixar de lado a ironia refinada. Pierce Brosnan na pele do líder sindicalista Ron é gigante no carisma. E por fim temos Celia Imrie como a enfermeira Joyce, um charme com sua alegria e bolos apetitosos. Eles tem um timing preciso em ótimos diálogos, a sensação que se tem é que são nossos amigos de longa data. A trama traz, além do lado policial cômico, uma camada importante que trata da velhice e suas fragilidades, como os problemas de saúde, as limitações e o abismo entre gerações – questões mostradas com bastante sensibilidade, e com a certeza de que a terceira idade pode ser vivida com alegria e plenitude.
Se “O Clube do Crime das Quintas-Feiras” terá sequência ou irá se tornar uma franquia ainda não sabemos. A torcida é grande, pois esse é o tipo de “filme pipoca” que conforta e diverte todos os tipos de público, e por isso mesmo é muito bem-vindo.