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“Meninas Malvadas: O Musical”: Versão de clássico pop se contextualiza sem deixar de agradar fãs do original | 2024

É público e notório o investimento e o talento dos americanos para musicais. Não por coincidência, a Broadway, que fica em Nova Iorque, é fonte que desagua em inúmeras adaptações na tela grande. O primeiro musical que se tem notícia é ‘O Cantor de Jazz’, de Alan Crosland, datado de 1927, que nasceu somente trinta anos após o surgimento do cinema, conta a história de um pretendente a cantor que sofre preconceito dos jazzistas tradicionais por ser branco. É claro que no cinema o gênero ganhou força na chamada Era de Ouro e reinou absoluto até o final dos anos 60 com títulos como ‘Cantando na Chuva’, ‘Amor, Sublime Amor’ e ‘A Noviça Rebelde’. Além deles, ‘Mary Poppins’ também foi um grande sucesso que marcou época, tanto que alguns desses títulos já até ganharam novas adaptações.

Falando em adaptações, chega aos cinemas a aguardada nova versão que replica no cinema o que foi feito na Broadway em 2004, musical esse que nasceu depois do sucesso do filme original estrelado por Lindsay Lohan, Rachel McAdams e Amanda Seyfried. O novo filme já chega com grande expectativa, ainda que brasileiros não sejam muito afeitos a musicais. Sobretudo jovens e adolescentes.

Seguindo a história original, essa adaptação acompanha Cady Heron (Angourie Rice), uma jovem que se muda da África para os Estados Unidos e precisa começar uma nova vida, enfrentando dificuldades para se adaptar à mudança de rotina – principalmente no novo colégio. Entre as várias tribos de estudantes do North Shore, Cady conhece o grupo das garotas mais populares do local, comandado por Regina George (Renée Rapp), a mais temida e ao mesmo tempo adorada da escola. Inicialmente, Cady sente que as coisas podem funcionar e que ela consegue se encaixar entre as novas amigas, mas a situação começa a fugir do controle – principalmente depois que ela se apaixona por Aaron (Christopher Briney), um antigo affair de Regina.

‘Meninas Malvadas’ já pode ser considerado uma espécie de clássico contemporâneo da cultura popular e contribui até hoje para a fusão desses dois mundos: o cinema e universo pop. Frases como ‘Às quartas usamos rosa’ e ‘Hoje é dia 03 de outubro’ até hoje retornam às redes sociais como uma espécie de culto à obra original. O musical traz de volta não só as referências como as cenas que ecoam até hoje no imaginário do mundo pop, mas ainda que seja feliz em contextualizar tudo para atrair novos públicos, em contra partida, enquanto musical, falta ‘punch’ à trilha sonora e um elenco que defenda as canções de maneira que elas fiquem na cabeça mesmo após os créditos subirem.

Contudo, ainda que a nova versão ostente uma protagonista apagada, o mesmo não se pode dizer da antagonista de Cady. A cantora e atriz Renée Rapp entrega uma Regina George à altura daquela um dia defendida por Rachel McAdams. Apesar de nova (apenas 23 anos) a artista já tem experiência em musicais e pra mim é quem leva o novo filme nas costas; providencial, até porque Regina George é quem dita o ritmo da trama e uma das responsáveis pelo sucesso do filme original. Aqui, Rapp capta a vilania jocosa da personagem e entrega sequências bem engraçadas. A conhecida vingança de Cady perde impacto, talvez pela performance sem tempero de Rice, mas ainda assim, Tina Fey, que retorna ao papel da Srta. Norbury, ou mesmo a breve aparição de Lindsay Lohan, fazem valer o retorno desse ícone em forma de filme. Que barro!

Rogério Machado

Designer e cinéfilo de plantão. Amante da arte e da expressão. Defensor das boas causas e do amor acima de tudo. Penso e vivo cinema 24 horas por dia. Fundador do Papo de Cinemateca e viciado em amendoim.

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