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“Dois é Demais em Orlando”: comédia com Eduardo Sterblitch celebra as amizades improváveis | 2024

Um está na casa dos trinta anos e o outro caminhando para os doze anos de idade. À primeira vista qualquer possibilidade de interação entre eles é inexistente, pois além da diferença cronológica, – que não necessariamente representa um fator complicador -, os dois apresentam personalidades trocadas, já que o maior sonho do adulto é conhecer os Estúdios da Universal (além de ser aficionado pelo Jurassic Park e seus dinossauros), e a criança não suporta ser tratado como tal, prefere salada a bacon, tem fobia de água e tem hábitos maduros.

Na história conheceremos João (Eduardo Sterblitch), que está prestes a realizar um grande sonho de infância durante suas férias: conhecer os parques de diversão de Orlando. Mas, pouco tempo antes do embarque, sua chefe, Clara (Luana Martau), pede um pequeno favor que pode colocar em cheque suas sonhadas férias: o filho dela, Carlos Alberto (Pedro Burgarelli), precisa de um acompanhante nesse mesmo voo.

O que era para ser apenas uma “carona” até a Flórida, já que lá ele iria encontrar seu pai que reside no país, vira uma roubada quando Ricardo (Anderson Di Rizzi)  não consegue buscar Carlos Alberto no aeroporto. João então terá que ficar  preso ao menino de onze anos, que o detesta. Para salvar seu emprego, João se vê obrigado a aturar o garoto, o que é uma verdadeira tortura para os dois. Juntos, eles vão passar por alguns apuros pelos parques da Universal.

“Dois é Demais em Orlando” aproveita o ambiente e cenários e traz algumas referências do cinema, como “O Parque dos Dinossauros”, “Quero Ser Grande” e até promove uma interação com Optmus Prime, personagem carro chefe (Ops! é um caminhão!) da franquia “Transformers”, quando João precisa de conselhos para lidar com o garoto. Mesmo com alguns encontros e desencontros de pai e filho e as caras e bocas do sempre ótimo Sterblitch, Rodrigo Van Der Put, (“Especial de Natal do Porta dos Fundos”) na direção, perde a oportunidade única de usar as locações à sua volta e pesar a mão no absurdo. Falta o ‘over’, falta a coragem de incrementar a confusão.

Contudo, ainda que falte ousadia pra nos presentear com um filme que esteja à altura dos clássicos oitentistas da Sessão da Tarde (como bem promete Van Der Put na divulgação do longa), “Dois é Demais em Orlando” entrega um bom divertimento para a família, sobretudo para o público juvenil. Ainda não será dessa vez que teremos uma aventura de alto alcance, como visto na eras de Xuxa ou mesmo dos Trapalhões, mas o investimento nesse nicho é válido e vem pra preencher uma lacuna em produções nacionais de aventura que ainda procura sua estrela maior.

Rogério Machado

Designer e cinéfilo de plantão. Amante da arte e da expressão. Defensor das boas causas e do amor acima de tudo. Penso e vivo cinema 24 horas por dia. Fundador do Papo de Cinemateca e viciado em amendoim.

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