⚠️ VEJA OUTRAS CRITICAS DO PAPO EM NOSSO ACERVO (SITE ANTIGO).

ACESSAR SITE ANTIGO
PitacO do PapO

“A Cor Púrpura”: Grandes performances musicais entregam filme espetáculo que homenageia clássico de Spielberg | 2024

Em 2007, tive a oportunidade de assistir ao musical de “A Cor Púrpura” ,na Broadway, com a então recente ganhadora do American Idol, Fantasia Barrino. A produção luxuosa do espetáculo era de Oprah Winfrey e me lembro que as músicas de Brenda Russel, aquela mesma do hit “Piano in the Dark”, me marcaram profundamente e me fizeram facilmente colocar entre os melhores musicais da Broadway que já assisti.

Eis que agora decidem transpor toda aquela celebração de resistência e ode à música negra para o cinema sob a direção do relativamente desconhecido diretor Blitz Bazawule e produção do Steven Spielberg (diretor do filme original) e Oprah Winfrey. O resultado é um deleite para os olhos e ouvidos do público.

Na história baseada no livro de Alice Walker, as irmãs Celie (Phylicia Pearl Mpasi) e Nettie (Halle Bailey) sofrem com um pai tirano que as separa ao dispor de Celie para casar com o violento Mister (Colman Domingo), enquanto Nettie busca seu sonho de ser professora de crianças. A distância entre ambas marcam décadas de sofrimento e um entra e sai de pessoas que alavancam Celie para sua alforria em uma história de superação na Georgia do inícios dos anos 1900.

A cantora Fantasia repete aqui o papel que a consagrou nos palcos da Broadway ao interpretar a Celie adulta e ela é um dínamo cantando. Em um dos melhores números musicais que envolvem dança e cantorias inspiradas, Fantasia brilha ao interpretar “Miss Celie’s Pants” com praticamente todo o elenco feminino.

Não dá para deixar de reconhecer o papel incrível que a atriz Danielle Brooks (de “Orange is the New Black”) desempenha como Sofia, papel em que Oprah cravou uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante no filme original de 1986. Brooks dá a versão dela como a desbocada e espirituosa Sofia e move a narrativa cada vez em que aparece em cena. Outra personagem essencial nesta história é a cantora libertária e feminista Shug Avery, aqui defendida sempre com pulso pela maravilhosa Taraji P. Henson. Imperdível vê-la brilhando em um papel que cai como uma luva para ela.

Além do elenco e das músicas inspiradas , o filme consegue manter a atenção do público com sua montagem dinâmica e direção precisa dos números musicais. Sem dúvida fazem um ótimo trabalho de transpor um musical dos palcos para a grande tela.

Histórias como “A Cor Púrpura” ecoam por gerações e, no caso específico, encontrou-se uma forma de recicla-la através de filmes e musicais de maneiras criativas e com realizadores que sabem tratar uma obra como esta com respeito e criatividade. Pode não ter o impacto que o filme original de Spielberg com Whoopy Goldberg teve em 86, mas certamente é um filme espetáculo que faz jus ao seu nobre passado.

Marcello Azolino

Advogado brasiliense, cinéfilo e Profissional da indústria farmacêutica que habita São Paulo há 8 anos. Criou em 2021 a página @pilulasdecinema para dar voz ao crítico de cinema e escritor adormecido nele. Seus outros hobbies incluem viagens pelo mundo, escrever roteiros e curtir bandas dos anos 80 como Tears For fears, Duran Duran e Simply Red.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo