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“MMA – Meu Melhor Amigo”: produção estrelada por Marcos Mion mescla conscientização sobre autismo e filme de luta | 2025

“MMA – Meu Melhor Amigo” é um projeto muito pessoal para o apresentador e ator Marcos Mion, que aqui une temática social com os famosos filmes de luta. A franquia “Rocky” já foi explorada aos borbotões ao unir a lado visceral do esporte com drama pessoal. Filmes como o emocionante clássico “O Campeão” (1979) ou um mais recente como “O Vencedor”, com um Christian Bale Bale irreconhecível, são bons exemplos que misturam o gênero com o tema superação, a razão de ser dessa linha de filme. Nem sempre se acerta e é bem verdade que muitos exemplos dentro desse nicho descabam para o caricato. “MMA” ainda que se apegue aos corriqueiros clichês, tem brilho próprio e atravessa bem os pouco mais de 90 min de projeção.

Na trama acompanhamos a trajetória de Max Machadada (Mion), um grande campeão de MMA que está se adaptando ao fim de sua carreira. Max está afastado dos ringues enquanto se recupera de uma lesão séria no ombro e é nesse momento que ele é surpreendido com a notícia que é pai de Bruno (Guilherme Tavares), um menino autista de 8 anos. É nesse momento que Max vai precisar enfrentar os dois maiores desafios de sua vida: o primeiro é compreender o seu filho e conquistar seu carinho, já o segundo é rever os seus valores e se preparar para a maior luta da carreira, a sua última chance de uma grande volta ao octógono. Max precisa se preparar emocional e fisicamente para enfrentar os desafios de cuidar do seu filho e se transformar no pai que ele precisa, assim como  dar a volta por cima na sua carreira profissional.

É evidente que a empreitada ganha pontos pois se trata de uma ideia original do próprio Mion, que todos sabemos viver na pele as delícias e agruras de educar uma criança autista. É bem verdade que, ainda que ele tenha formação de ator, algumas sequências dramáticas aparentam um tanto engessadas, normal, talvez porque a  carreira como apresentador esteja muito em evidência há alguns bons anos.  Por sorte Mion tem no seu entorno grandes atores que engrandecem a mensagem, como Antônio Fagundes, que dá vida a um ex boxeador que é pai de Max e que não conforma pelo filho ter se enveredado pelo MMA, e Andrea Horta, a responsável por cuidar do garoto até aquele momento.

José Alvarenga Jr. (“Divã”, “Macho Man”), à frente da direção, encara o desafio de equilibrar mensagem social, ação e drama em um mesmo escopo e, apesar de ser muito lembrado pelas comédias, consegue equilíbrio, sem pender para o sensacionalismo, ainda que nos pegue pela emoção. “MMA – Meu Melhor Amigoé um caldeirão de referências e fórmulas prontas, mas o faz sem sentimentalismos baratos, une grandes nomes em prol de um recado que precisa ser difundido e nada melhor do que o cinema para lançar holofotes, mesmo porque raras vezes vimos o tema ser explorado por aqui. Sim, é um filme de entretenimento que carece de profundidade, mas acredito mesmo que a escolha pelo popular tenha sido um caminho acertado, até pra se alinhar com a personalidade de seu protagonista, pode parecer estranho, mas não descolar a imagem de Max da imagem de Marcos Mion, estranhamente acabou fazendo bem ao projeto.

Rogério Machado

Designer e cinéfilo de plantão. Amante da arte e da expressão. Defensor das boas causas e do amor acima de tudo. Penso e vivo cinema 24 horas por dia. Fundador do Papo de Cinemateca e viciado em amendoim.

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