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“Lilo & Stitch”: repleto de carisma, novo live action dos clássicos Disney brilha por ser fiel ao material original | 2025

É, pegou a vermelha

O novo filme da Disney, fruto dessa onda de reciclagens a que Hollywood parece não conseguir sair, é um feito que se mostra, para a surpresa da maioria de nós, um grande acerto. Quem diria que respeitar a obra original, respeitar os fãs e se afastar de ideologias que subvertem a trama já consagrada poderia dar certo, não é mesmo? Ora ora, deviam ter feito isso há muito tempo, com os demais títulos que foram alvo de polêmica gratuita e desdém a quem cresceu assistindo a tais desenhos, filmes reimaginados que menosprezaram a memória afetiva e coletiva de milhares de devotos dos materiais base e renderam prejuízos milionários ao estúdio.

Agora, depois de tomar um merecido solavanco, a gigante do entretenimento resolveu entregar aquilo que prometia: uma revisita a mais uma de suas obras mais queridas em um novo formato, mantendo a essência e captando a nostalgia que o público busca ao assistir filmes assim. Chris Sanders, diretor da animação e intérprete vocal de Stitch, retorna para dar voz ao alienígena mais querido do cinema do século XXI, agora sob a direção de Dean Fleischer Camp, conhecido por sua adorável animação “Marcel e a Concha de Sapatos” (2021). Essa releitura agrega alguns bons elementos novos à narrativa já conhecida, e o design das criaturas é asqueroso, hipnótico e deslumbrante em uma mesma medida; mas é no núcleo humano, principalmente na intérprete de Lilo, que reside o maior charme do filme.

Maia Kealoha é uma graça enorme e sua interação com o boneco digital, embora não seja excelente em sua composição visual em alguns momentos (olhares deslocados aqui e acolá que poderiam ser corrigidos na pós-produção) é o coração do filme. Contudo, a surpresa vai para o desenvolvimento da relação com a irmã, Nani (Sydney Agudong), cujo desenvolvimento ganha traços ainda mais humanos, sem forçar nenhum trocadilho. Ela carrega muito dos elementos emocionais que o filme carece, fazendo justiça ao visto na animação de 2002 e agregando outras camadas à dinâmica entre elas. Ambas atrizes tem potencial para um crescimento notável na indústria, e se os rumores quanto às continuações desse filme se confirmarem, acompanharemos a ascensão de dois bons talentos.

Sem reinventar a roda mas circulando com mestria naquilo que o nome já é, “Lilo & Stitch” imprime carisma e acerta em cheio ao se firmar no original que o concebeu. Enquanto “Branca de Neve” desrespeitou o próprio material base e o ignorou por considerá-lo retrógrado, esse aqui faz valer o ingresso justamente por abraçar a animação e reverenciá-la como o marco geracional que ela se tornou. Sessão lotada, fãs calorosos, sorrisos sinceros de quem se viu satisfeito com um grande acerto, o primeiro em um bom tempo, dessa onda de live actions que a casa do Mickey tem promovido. Seja no visual arredondado ou nas grandes referências a Elvis, o filme é satisfatório na medida certa para a nova geração e, em especial, para as crianças de vinte anos atrás.

Vinícius Martins

Cinéfilo, colecionador, leitor, escritor, futuro diretor de cinema, chocólatra, fã de literatura inglesa, viciado em trilhas sonoras e defensor assíduo de que foi Han Solo quem atirou primeiro.

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