“Meu Filho, Nosso Mundo”: Trama sensível aborda jornada de amor incondicional entre um pai e seu filho especial | 2024
Atualmente, crianças diagnosticadas dentro do espectro autista, apesar da dificuldade de interagir socialmente, com os cuidados e profissionais específicos podem se desenvolver e adquirir habilidade sociais. No entanto, elas sempre serão um desafio para os pais, que sempre estarão em busca da melhor forma de criá-las e dar-lhes uma vida plena. Max é um comediante de stand-up que luta pra ter seu trabalho reconhecido, ele falhou no casamento e na vida, e por isso voltou a morar com o seu pai, porém está determinado a não fracassar na criação de Ezra, seu filho autista de 11 anos com a ex-mulher Jenna, com quem vive em conflito por causa do menino.
Um dia, depois de um incidente que faz Ezra ser transferido de escola, Max toma uma atitude impulsiva de pai superprotetor e decide virar o jogo, partindo com o filho para uma viagem através do país para se apresentar no programa de Jimmy Kimmel, numa tentativa de se reconectar com o menino e de retomar sua carreira, abalada por sua constante autossabotagem. Essa jornada de amadurecimento não impacta somente pai e filho, mas toda família, pois coloca em xeque as relações interpessoais e faz aflorar reflexões sobre os problemas enfrentados.
O elenco de alto calibre dá brilho aos personagens que são “gente como a gente”. Bobby Cannavale emociona como Max, o pai que carrega a culpa de nunca se achar bom o suficiente pro filho, mas que segue incansável; ele contracena com o garoto William A. Fitzgerald, ele mesmo um autista, e suas cenas juntos são de deixar os olhos marejados. Robert De Niro brilha em vários momentos na pele de Stan, pai de Max com quem tem uma relação muitas vezes espinhosa e cheia de acusações. Pra completar o elenco de apoio ainda temos Rose Byrne interpretando a mãe compreensiva Jenna, Whoopi Goldberg como a determinada agente de Max, Vera Farmiga e Rainn Wilson como os melhores amigos e conselheiros do comediante.
O roteiro escrito por Tony Spiridakis, que usou da própria experiência com o filho autista, traz os pequenos dilemas e limitações que uma criança nesse espectro enfrenta de forma realista, como a dificuldade do toque, de um beijo ou abraço, a aversão a certos alimentos e à mudança da sua rotina. Dificuldades quotidianas que são contornadas com o carinho e paciência que todos nutrem pelo Ezra, em cenas tocantes que fomentam ainda mais empatia por quem tem necessidades especiais.
“Meu Filho, Nosso Mundo” é dirigido por Tony Goldwyn (que também faz uma ponta como padrasto de Ezra), que imprime uma ótima cadência à narrativa e faz dela não apenas um longa sobre autismo, mas principalmente sobre conflito geracional e paternidade, conceitos que podem e devem se ressignificar e evoluir ao longo da vida.