⚠️ VEJA OUTRAS CRITICAS DO PAPO EM NOSSO ACERVO (SITE ANTIGO).

ACESSAR SITE ANTIGO
PitacO do PapO

“Atlas”: Jennifer Lopez tenta virar musa de filme de ação em pancadaria de humanos versus AI | 2024

Há algum tempo a atriz Jennifer Lopez decidiu tornar-se musa dos filmes de streaming, alternando produções que vão desde comédias românticas como “Casamento Armado” (2022), produzido pelo Prime Video, até fitas de ação como “A Mãe” (2023) e este novo “Atlas” (2024), ambas produções da Netflix. Em comum, elas guardam o que há de pior de filmes enlatados de streaming, investindo em roteiros rasos, diálogos constrangedores e atuações discutíveis. Em 2019, JLo até ameaçou endireitar sua carreira cinematográfica com o divertido “As Golpistas”, sobre um grupo de stripers que decidem pregar peças em yuppies de Wall Street, mas a promessa ficou longe de se tornar realidade.

Em “Atlas”, a atriz e cantora interpreta Atlas Shepherd, uma analista de dados que vive num futuro em que as Inteligências Artificiais evoluíram e representam uma ameaçar real contra a humanidade. Um dos ciborgues mais inteligentes e com interesses escusos é interpretado pelo ator Simu Liu, de sucessos recentes como “Barbie” (2023) e “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis” (2021). Aqui Liu é Harlan, uma inteligência artificial que se rebelou contra os humanos e planeja montar seu exército da destruição após fugir da Terra. Atlas precisa embarcar em uma missão para capturar o robô inimigo e dar um basta em seu plano apocalíptico de exterminar os humanos. Adiciona-se aí algumas subtramas que envolvem um passado conturbado entre Atlas e Harlan e o conceito de JLo desfilar praticamente o filme inteiro dentro de um exoesqueleto HIGH TECH que até evoca a Tenente Ripley de Sigourney Weaver em seu clássico “Aliens, O Resgate” (1986).

Boa parte da duração do filme é dedicada às interações entre Atlas e este exoesqueleto dotado de AI e de nome Smith (dublado pelo ator Gregory James Cohan). Smith tenta convencer Atlas a sincronizar sua mente com o banco de dados de Smith para alavancar todos os recursos que aquele exoesqueleto pode oferecer durante a missão solitária de JLo, que deve ter filmado boa parte deste Longa na frente de um chroma key verde para inserir os efeitos especiais posteriormente. Com a câmera praticamente em seu rosto, a atriz carece de carisma e de bons recursos como atriz para manter o público empolgado ou engajado com a história capenga que o roteiro traz. Mas quem realmente merece menção honrosa à atuação mais canastrona desta fita, é o ator Simu Liu, que é agraciado com diálogos extremamente expositivos e caras e bocas dignas de vilão de filme da Disney…

JLo fracassa mais uma vez frente a sua escolha duvidosa para filmes, investindo em obras que ao invés de trazerem alguma trama original patina nos típicos enredos de fita de ação sem conteúdo ou substância para justificar a sua existência. É fita de ação pancadaria recheada de efeitos especiais e descartável, proveniente daqueles fenômenos da Netflix de inserir toda semana uma penca de novas produções que competem umas com as outras pela atenção do usuário e serem esquecidas na terceira semana. Apesar de “Atlas” constar no top 10 de filmes “netflixianos” atualmente, pode parecer uma tarefa hercúlea chegar ao final desta obra sem fazermos uma reflexão… A senhorita Lopez precisa mudar urgentemente de Agente.

Marcello Azolino

Advogado brasiliense, cinéfilo e Profissional da indústria farmacêutica que habita São Paulo há 8 anos. Criou em 2021 a página @pilulasdecinema para dar voz ao crítico de cinema e escritor adormecido nele. Seus outros hobbies incluem viagens pelo mundo, escrever roteiros e curtir bandas dos anos 80 como Tears For fears, Duran Duran e Simply Red.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo