“Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo”: Maurício Eça introduz mistério ao universo de Maurício de Sousa | 2024
A turma do Limoeiro cresceu e com a chegada da puberdade também vem os dilemas, as responsabilidades e as paixões. A Mônica já deixou de lado seu coelho, mas continua com o temperamento impulsivo de sempre. A Magali transformou a paixão por comida em trabalho e tem planos de investir em um empreendimento no ramo da gastronomia.
Cebolinha, Ops! Cebola… ainda nutre a mesma admiração por Mônica e ninguém mais fala que o Cascão não gosta de banho. ‘Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo’ não só dá enfoque ao amadurecimento e aos desafios comuns à juventude, como também insere suspense e mistério envolvendo passado e presente.
Agora no ensino médio e em uma nova escola, já no primeiro dia de aula a turma tem uma surpresa nada boa: Mônica (Sophia Valverde), Cebola (Xande Valois), Magali (Bianca Paiva), Cascão (Theo Salomão), Milena (Carol Roberto) e DC (Yuma Ono) descobrem que o Museu do Limoeiro será leiloado. A turma então decide se unir em uma missão para tentar salvá-lo, e enquanto investigam o que está acontecendo, eles não demoram muito para perceber que podem estar lidando com uma ameaça muito maior e perigosa. Marcando uma nova fase na vida desses amigos que estão juntos desde a infância, agora eles compartilham os medos e as inseguranças que surgem nesse período da vida.
Maurício Eça, que em breve estreia o thriller baseado na história do Maníaco do Parque e esteve à frente da trilogia ‘A Menina Que Matou os Pais’ (2021 – 2023), traz suspense também para o ambiente sempre feliz e colorido da turma do Limoeiro. É possível notar as inspirações e os flertes (inclusive na estética) com ‘Stranger Things’ ou mesmo com a icônica franquia Scooby Doo, onde o grupo se dividia para enfrentar assombrações e entidades do além.
Eça mistura magia – através de uma ordem de feiticeiras que é somente mencionada na trama -, universo paralelo e ainda uma entidade que esconde sua identidade com um balde na cabeça. Esse mix parece promissor incialmente, mas essa salada de gêneros toma caminhos equivocados uma vez que tira a foco do leilão do Museu do Limoeiro, ainda que tente criar uma conexão da venda do lugar com o ser do mal que habitada em um dos itens em exposição.
Se o roteiro e o desenvolvimento tem seus percalços, o elenco dribla os problemas com carisma e talento. Os veteranos de peso, como Mateus Solano (impagável com o diretor Licurgo) e a atriz Eliana Fonseca são acréscimos felizes ao casting juvenil que não deixa a desejar, ainda que não dê pra comparar por exemplo com a Mônica defendida por Giulia Benite nos longas anteriores. O filme ainda reserva surpresas como a aparição de Maurício de Sousa e um final aberto intrigante que pode ser o mote de uma boa sequência, que tomara seja um tanto melhor do que o filme de introdução ao novo universo.