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“O Brilho do Diamante Secreto”: longa francês subverte o cinema de espionagem com abordagem arrojada e surrealista | 2025

Aos que entendem o cinema como uma forma de expressão artística para se contar boas histórias, estruturadas de forma linear, normalmente sentem-se incomodados com filmes que não seguem convenções tradicionais. A trama é importante, mas a linguagem cinematográfica não se limita e não se organiza apenas para serví-la. Cinema é, também, uma experiência sensorial, e cabe ao espectador permitir-se embarcar nessa viagem.

“O Brilho do Diamante Secreto”, longa dirigido pela dupla belga Hélène Cattet e Bruno Forzani, é um desses filmes não convencionais. Homenageando o cinema de gênero, com muitas referências aos filmes de espionagens europeus dos anos 60, a história gira em torno de Jonh D, um espião aposentado que vive recluso em um hotel de luxo na Côte d´Azur. Entre lembranças e alucinações, ele se vê envolvido em uma trama misteriosa após o desaparecimento de sua vizinha. Intrigado, ele resolve desvendar o caso, mergulhando em um universo de paranoia, erotismo e traumas do passado.

Com uma estética visual retrô estilizada e bastante apuro técnico, o filme tem na fotografia e na montagem o seu ponto alto. Embora não contenha nada extraordinário, é sempre gratificante quando estamos diante de uma produção em que seus realizadores dominam com maestria os elementos da linguagem cinematográfica.

Isso pode soar como virtuosismo exibido, mas, considerando que o longa, em muitos momentos, assume um tom onírico e surrealista, a montagem e a fotografia exercem papel determinante nessa proposta; a narrativa em estilo pulp também permite experimentações mais ousadas, o que é muito bem trabalhado pela dupla de diretores.

Para aqueles que curtem filmes autorais, que bebem da cultura pop, e exploram os limites da linguagem do cinema, essa é uma obra que vale a pena ser conferida.

Vitor Pádua

Advogado que expia o juridiquês com a paixão pela fotografia e pelo cinema.

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