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“A Viúva Clicquot – A Mulher que Formou um Império” : Longa conta história feminista de resiliência e ousadia através do mítico champanhe Veuve Clicquot | 2024

Com 250 anos recém completados, o champanhe Veuve Clicquot é um dos mais refinados e premiados do mundo e, apesar de tanta fama, pouca gente conhece a bela história por trás de suas borbulhas. Baseado no livro homônimo da autora Tilar J. Mazzeo, o longa “A Viúva Clicquot: A Mulher que Formou um Império” tem como fio condutor a história de Barbe-Nicole Ponsardin Clicquot, hoje mundialmente conhecida como Viúva Clicquot. Barbe é uma jovem que se casa, por arranjo, com François Clicquot, filho de um empresário da área têxtil que também tem uma pequena vinícola que não vai muito bem das pernas e parece não ter futuro. Após a morte prematura do marido, Barbe decide assumir a negócio, a paixão nutrida por ambos e desacreditada por todos.

Dirigida por Thomas Napper, a narrativa trata com sensibilidade os muitos percalços enfrentados pela Grande Dama do Champanhe: o machismo da sociedade, que chega a levá-la prum julgamento púbico; o desprezo dos demais empresários da área e a grande dificuldade financeira. Essa é a história de uma mulher independente que ousou peitar as convenções sociais; e que foi revolucionária como empresária ao criar o champanhe rosé, a técnica de sedimentação de impurezas da bebida ( que antes era turva) e ousada ao furar o embargo comercial de Napoleão. A direção de arte e a fotografia são de tirar o fôlego, com imagens deslumbrantes dos vinhedos ao entardecer, dos jardins da região de Reims e do subsolo onde repousam os vinhos.

O processo da produção do champanhe é mostrado em apenas alguns trechos, em cenas dos experimentos de Barbe, em citações sobre o vidro das garrafas, e nas dificuldades de manter o vinhedo diante da geada. Conhecer mais sobre as uvas, sua fermentação e cultivo teria sido fascinante e enriquecido ainda mais a história, mas o filme foca sobretudo na persistência da viúva guerreira.

Os flashbacks do casamento conturbado são muito bons e nos remetem a reflexões sobre como ter problemas psiquiátricos era difícil, pois não se conhecia nada sobre depressão ou transtorno bipolar, as pessoas sofriam e morriam na total ignorância. A trama também levanta sutilmente o drama de amar alguém do mesmo sexo e não poder assumir esse amor.

A trama de “A Viúva Clicquot – A Mulher que Formou um Império” tem apenas 90 minutos e talvez seja curta para a grandeza da trajetória de sucesso e inovação da extraordinária Barbe e de seu império. Assim como um belo Veuve Clicquot borbulhante, deguste-o e se deleite.

Karina Massud

Formada em Direito, cinéfila desde os 5 anos de idade, quando seu pai a levou para assistir “Superman-o Filme”. Cachorreira, chocólatra, fã ardorosa de séries, músicas, literatura e tudo que emocione.

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