“G20”: poderoso thriller de ação traz Viola Davis como presidenta americana multifacetada | 2025

Viola Davis é uma atriz que chegou a um patamar que poucas alcançaram: ela tem o status EGOT, ou seja, venceu os quatro principais prêmios de entretenimento americanos: Emmy, Grammy, Oscar e Tony. Ela conquistou o EGOT em fevereiro de 2023 ao ganhar o Grammy de Melhor Audiolivro. Sendo assim, é certo que se aventuraria em vôos mais altos, ela agora estreia como produtora com o longa da Prime Video “G20”, onde também atua .
Na trama acompanhamos a Presidenta dos EUA Danielle Sutton no G20, um dos mais importantes encontros de governantes mundiais que acontece na África do Sul, e lá, ela e os demais são alvo de terroristas cibernéticos. O plano da gangue é sofisticado: eles sequestram os chefes mundiais, coletam dados faciais e de voz e usam ferramentas de IA para desestabilizar totalmente a economia mundial e fazer fortuna com criptomoedas.
A Presidenta Danielle Sutton é múltipla, ex-militar altamente treinada em campos de batalha, ela se tornou a primeira presidente mulher negra dos EUA, o cargo mais poderoso do mundo. Ela é uma guerreira durona, luta e usa armas como ninguém, mas apesar da aparente frieza e objetividade para resolver problemas, tem um enorme lado humanitário de uma líder que quer ajudar os países mais pobres. E é nesse cenário geopolítico conflituoso que Sutton vai, ao lado do seu fiel guarda costas, salvar o planeta do colapso financeiro, revolver pendências com a filha rebelde e também defender sua família e as potências globais dos terroristas. Não é pouca coisa, mas ela entra de cabeça nessa missão com vestido de gala vermelho, tênis esportivos nos pés, muita diplomacia e coragem.
O roteiro explora pouco a interação dos participantes do G20 e os dilemas éticos lá tratados, como a fome mundial, a ajuda a países miseráveis e a especulação do mercado financeiro. Questiona-se também o que leva uma nação à guerra, se uma ideologia é a mola propulsora ou se tudo gira em torno de interesses monetários. As fragilidades da presidenta e o drama familiar são tratados de forma rasa em poucos diálogos, assim como os laços do casal e a filha hacker rebelde.
Apesar dessa “falha” no quesito profundidade do roteiro, “G20” levanta a questão super atual do uso da Inteligência Artificial pra fraudes cada dia mais complexas. As deepfakes, ferramentas de IA que sintetizam áudios e vídeos, sobrepondo as feições de uma pessoa ao corpo de outra para imita-la com perfeição, são ameaças tecnológicas assustadoras, qualquer um é passível de ser enganado por elas. Em meio à disputa por criptomoedas bilionárias predominam cenas de ação eletrizantes, muita pancadaria, ótimas perseguições, explosões e lutas corporais bem coreografadas. A ação é previsível e cheia de clichês, mas bem executada num ritmo alucinante, prepare-se para ficar sem fôlego.
O grande trunfo do longa é a estrela Viola Davis vivendo a protagonista forte, dona da cadeira mais importante do planeta, e que atualiza a mítica figura do Presidente americano que salva o mundo dos vilões. Ela não é somente uma expert em estratégia de guerra e armamentos, aqui Viola também nos brinda com seu talento dramático irretocável em pequenos trechos de diálogos emocionantes com a família ou quando ela se mostra altruísta, e só esse deleite já é motivo suficiente pra conferir “G20”.