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“O Cara da Piscina”: Longa mergulha nas aventuras e excentricidades de um piscineiro | 2024

Como ator, Chris Pine sempre foi, além de lindo fisicamente, bem competente atuando. A maioria do público se recorda dos seus papéis em “Mulher-Maravilha”, “Star Trek”, “Dungeons and Dragons” e em “Legítimo Rei” (onde causou burburinho com uma cena de nu frontal). Agora, além de atuar, ele também se aventura na direção, produção e roteiro do longa “O Cara da Piscina”, numa trama que tenta misturar comédia noir, homenagens e investigação criminal e, sinto dizer, falha em quase todos os quesitos, pois seu ego e pretensão foram excessivos e o resultado lamentável.

Na trama conhecemos Darren Barrenman, o piscineiro do título, cuja vida gira em torno do seu ofício simples, mas que ele cumpre com esmero. Todas as manhãs Darren sai do trailer onde vive bem em frente da piscina, coloca suas luvas de crochê, um CD no Discman e vai tratar com cuidado da água. Ele é um ativista sonhador que luta pra que sua cidade natal Los Angeles seja cada vez melhor através de suas reinvindicações e do seu amor à essa cidade que vai bem além do glamour hollywoodiano. Um dia uma mulher misteriosa o procura para que ele investigue um mistério envolvendo corrupção na câmara dos deputados e magnatas do mercado imobiliário.

Chris Pine disse em várias entrevistas que esse longa é inspirado e uma homenagem a “Chinatown”, clássico noir do cineasta Roman Polanski que combina de forma magistral investigação criminal, romance e tragédia. Dito isso, a avaliação de “O Cara da Piscina” parece piorar cada vez mais; pois um tributo a uma obra impecável é bem-vindo, porém dá margem à óbvia comparação. Outra referência equivocada é o próprio protagonista Darren que é inspirado no “The Dude”, o icônico personagem de Jeff Bridges no filme cult “O Grande Lebowisk”. Mas o vexame não para por aí, porque a direção, edição e montagem são péssimas, tornando a narrativa numa colagem sem coerência ou carisma, a cada cena parece que estamos vendo um filme distinto.

O elenco é uma constelação incrível que dá o seu melhor e até consegue nos entregar algumas risadas, mais devido ao seu grande talento do que ao texto ruim. Danny DeVito, Annette Bening, Jeniffer Jason Leigh, Ray Wise e DeWanda Wise vivem bons personagens que são pessimamente explorados: o casal divertido que está fazendo um documentário da militância de Darren, a namorada maluquinha, o magnata estereotipado e a “femme fatale”. Se não fosse a vaidade de Chris Pine extrapolar e ele querer se sobressair em todas as cenas, esse elenco de respeito teria tido uma chance de desenvolver algumas sequências e salvá-las do total constrangimento, mas toda vez que a trama parece que vai engrenar aparece o piscineiro e quebra o clima.

“O Cara da Piscina” foi apresentado no Festival de Cinema de Toronto 2023 (onde certamente chegou por influência do ator, e que influência!) e foi avacalhado pela crítica. No entanto Chris Pine, apesar de autoindulgente ao admitir ter cometido vários erros, diz continuar amando muito sua obra. Pena que ele não nos convenceu minimamente a também gostar dela.

Karina Massud

Formada em Direito, cinéfila desde os 5 anos de idade, quando seu pai a levou para assistir “Superman-o Filme”. Cachorreira, chocólatra, fã ardorosa de séries, músicas, literatura e tudo que emocione.

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