“Abigail”: Com muito bom humor, longa faz do exagero seu maior triunfo | 2024
O terror e a comédia são gêneros irmãos. Embora possa parecer paradoxal, ambos se conectam com aspectos muito fundamentais da nossa existência. São gêneros viscerais por excelência, onde o exagero e o excesso encontram terreno fértil. “Abigail” abraça o ridículo e, sem se levar a sério do início ao fim, apresenta uma trama brutalmente divertida.
Um grupo de criminosos sequestra a filha de um criminoso influente e a mantém em uma mansão isolada. No entanto, o plano começa a desmoronar quando descobrem que a jovem prisioneira não é o que aparenta ser.
Como qualquer “terrir” que se preze, a trama não se aprofunda no desenvolvimento dos personagens. Em vez disso, apresenta arquétipos facilmente identificáveis: o brutamontes, o ganancioso, a rebelde, o estúpido e a corajosa. Melissa Barrera, atriz em ascensão no cinema de horror, destaca-se com seu carisma habitual. Alisha Weir, que estreou nas telonas no musical “Matilda” (2023), entrega uma performance surpreendente, transitando habilmente da inocência de uma bailarina para o grotesco de sua verdadeira identidade. Angus Cloud, Kathryn Newton, Kevin Durand, Dan Stevens, Matthew Goode e Giancarlo Esposito compõem o elenco de apoio. Embora nem todos sejam amplamente conhecidos, seus rostos são reconhecíveis, seja por papéis secundários no cinema ou de destaque em séries de TV.
A produção e a publicidade dos projetos geralmente são realizadas por equipes diferentes, e frequentemente uma parece não se comunicar com a outra. Em “Abigail”, a primeira metade do filme apresenta um mistério cuja revelação é antecipada não apenas no trailer, mas em todo o material de divulgação. Apesar desse deslize, “Abigail” se mantém firme graças à sua abordagem bem-humorada e ao excelente uso do exagero, sem receio do absurdo. Um prato cheio para os aficionados do gênero.