“Chama a Bebel”: Longa trata de inclusão e sustentabilidade sob o olhar juvenil | 2024
Quanto mais cedo se ensina uma criança a respeitar o meio ambiente, as diferenças entre as pessoas e os animais, melhor. Ela certamente se tornará um adulto mais consciente, respeitador do próximo e mais integrado na sociedade. Mais do que nunca é preciso conscientizar nossas crianças e adolescentes, e uma ótima maneira de disseminar informação de forma leve e divertida é o cinema. “Chama a Bebel” é um filme que dialoga com o público infanto-juvenil lindamente através de um conteúdo atual e de extrema importância sobre sustentabilidade e inclusão social.
Maria Isabel, a Bebel, é uma adolescente cadeirante de 15 anos que é criada pela mãe e pelo avô num ambiente de muito amor e apoio, o que fez dela uma garota incrível, meiga porém valente e determinada a lutar pelo que é certo. Um dia sua vida dá uma reviravolta quando ela tem que ir para a cidade grande estudar. Lá os desafios a serem enfrentados por ela são muitos: a gritante falta de acessibilidade para deficientes; o bullying por parte do grupinho de meninas ricas lideradas pela Rox, que não aceita ser ofuscada por suas ideias e postura inovadoras; e a hostilidade da Marieta, sua tia megera e interesseira. Mas Bebel não se deixa abater muito menos sofre calada, junto dos seus novos amigos ela vai dar uma chacoalhada na escola com suas reivindicações, seu projeto de reciclagem de lixo e com a luta contra o teste em animais na indústria cosmética.
A jovem Giulia Benite começou sua carreira e ficou conhecida como a dentuça Mônica, da saga da querida Turma da Mônica, e a cada trabalho tem mostrado ser uma atriz extraordinária, ela brilha e ainda brilhará muito. A Bebel tinha tudo pra ser uma garota com pena de si mesma ou chatinha de tão engajada, mas não é. Ela é muito fofa, uma adolescente super alto astral, otimista, que com sua doçura e coragem enfrenta todos os obstáculos e preconceitos, e que, apesar de ser cadeirante, é muito independente.
Ela é mais cativante que sua ídola, a ativista sueca Greta Thunberg, pois apesar de ter maturidade e postura adultas, ela mantém seu lado jovial e o vive com plenitude. O elenco de apoio também é ótimo e tem seu espaço para brilhar ao lado de Giulia: José Rubens Chachá é o avô compreensivo e Larissa Maciel a mãe lutadora que com muito amor e poucos recursos criaram uma menina exemplar; o grupo dos jovens da escola também é excelente, talentosos e carismáticos.
Dirigido e escrito por Paulo Nascimento (“A Oeste do Fim do Mundo”), “Chama a Bebel” conquista e envolve o espectador de todas as idades sem esforço. As pautas trazem problemas sérios mas a abordagem é leve, objetiva, e planta uma sementinha em quem nunca parou para pensar que é preciso agir, pois como bem diz a protagonista, “Não existe um Planeta B”. O filme tem lá seus exageros, porém vale lembrar que a história é contada sob a ótica da Bebel, que vive e defende suas causas com paixão e intensidade.
Que “Chama a Bebel” traga inspiração pros jovens espectadores fazerem sua parte pra que no futuro vivam num mundo menos destruído e com pessoas melhores.